A Associação Brasileira dos Advogados do Povo Gabriel Pimenta (Abrapo), no exercício do compromisso com os direitos democráticos que é sua razão de ser, denuncia a todos os seus interlocutores e entidades amigas os atos de perseguição e amedrontamento do Estado brasileiro e suas máfias associadas contra o jornal A Nova Democracia (AND).
Sediado no Rio de Janeiro – epicentro também das máfias policiais e parapoliciais que constituem um dos sustentáculos do atual governo brasileiro (governo militar genocida, de Bolsonaro e do Alto Comando das Forças Armadas), o jornal AND é um órgão da imprensa popular e democrática. Há 19 anos, cumpre o papel de defender os direitos do povo e informar sobre suas lutas, bem como de denunciar a deletéria ação do velho Estado brasileiro, inclusive dessas máfias.
Como resultado dessa postura editorial, AND tem hoje significativa repercussão e expressivo número de leitores nos âmbitos democráticos e populares, entre a juventude, os trabalhadores… mas é lido e acompanhado também, para outros fins, por muitos membros do aparato repressivo, preocupados com o que o jornal publica.
Até há pouco, esses personagens – altos oficiais e ex-parlamentares de notória proximidade com grupos de extermínio da PM, latifundiários e juízes que os protegem – se contentavam em atacar o jornal por meio de processos farsescos. Mas, ultimamente, talvez por efeito dos eflúvios que vêm de Brasília, passaram a se sentir seguros para a ameaça física, não muito velada.
Desde fevereiro, se vêem militares ou paramilitares à espreita próximo à redação do jornal, e, em mais de uma ocasião, fotografaram, filmara e seguiram ostensivamente jornalistas de AND. Esse é – até agora – o ponto culminante de uma escalada que começou com o incêndio criminoso do comitê de apoio ao jornal em Belo Horizonte, em 2019; e passou também pela invasão dissimulada da redação e sabotagem às suas instalações e equipamentos, em 2020.
A Abrapo, diante disso:
1) condena de forma veemente esses atos de pressão cometidos contra o jornal por agentes estatais e/ou paraestatais;
2) denuncia essa situação como responsabilidade do Estado brasileiro, conclamando todas as entidades e personalidades democráticas a somar suas vozes em defesa do jornal e da integridade física e moral de seus trabalhadores;
3) reitera seu compromisso com o direito fundamental de A Nova Democracia e seus jornalistas a propagar informações e ideias úteis à luta do povo.
Belo Horizonte, abril de 2021.
Associação Brasileira dos Advogados do Povo Gabriel Pimenta