Os Advogados do Povo do Brasil, cujo trabalho abnegado junto aos lutadores do povo já foi inúmeras vezes relatado nas páginas de AND como nos casos da libertação do camponês de Rondônia, o Ruço, a libertação do líder camponês de Pernambuco, José Ricardo, as missões de investigação e solidariedade ao movimento camponês entre outras, deram um salto em sua organização. Durante o seminário de organização do Cebraspo, no qual os advogados do povo compartilharam da discussão sobre a situação política e o balanço das lutas, em um dos momentos, eles se reuniram à parte e decidiram pela criação da Associação Brasileira dos Advogados do Povo — ABRAPO que cumprirá o papel de aglutinar aqueles advogados que atuam no campo e na cidade à frente da defesa jurídica dos lutadores do povo.
Fruto do acúmulo do trabalho entre as massas, principalmente junto ao movimento camponês combativo, da luta contra o oportunismo e por seguir cumprindo com as diretrizes da Associação Internacional dos Advogados do Povo — IAPL, organização à qual os Advogados do Povo do Brasil são ligados e têm entre eles o seu vice-presidente, o Dr. Júlio Moreira, foi dado o passo decisivo para a criação da Associação.
Como resultado dos debates, foi redigida e apresentada uma declaração de princípios que norteará a sua organização, que desde já iniciará seus trabalhos assumindo a defesa dos assessores da LCP do Norte de Minas e Sul da Bahia detidos arbitrariamente em Manga em janeiro último (ver nota na página 8).