No dia 17 de agosto, policiais militares estiverem no acampamento da Fazenda Santa Elina com o objetivo de intimidar os camponeses, fazer o levantamento da área para uma possível ação de despejo e notificar o interdito proibitório concedido dia 5 desse mês pela juíza Sandra Beatriz Merenda, da 2ª Vara Cível de Vilhena (Proc. n. 0044470-13.2008.822.0014).
O interdito proibitório é um instrumento jurídico que funciona para justificar as ações abusivas da polícia contra os camponeses e o povo da região para tentar impedir que outras fazendas sejam ocupadas.
Ainda segundo informações de moradores de Chupinguaia, cerca de 60 policiais militares chegaram à esta cidade e se dirigiram a uma fazenda da região para supostamente realizar “treinamentos”.
Ao invés de dar terra ao povo o que o velho Estado oferece é mais ameaças e repressão.
Já se passaram quinze anos desde a resistência camponesa de Corumbiara em 1995. De lá pra cá, muito já nos foi prometido, mas até hoje as vítimas não foram indenizadas, os torturadores e assassinos não foram punidos e a fazenda Santa Elina não foi cortada.
Já são quinze anos de enrolação e promessas, sendo os últimos 8 anos de governo Lula. O mesmo Lula que em 1995, em plena campanha eleitoral, veio até Corumbiara prometer que atenderia as reivindicações das vítimas se fosse eleito.
E agora, em mais um ano eleitoral, o PT e suas entidades governistas, querem novamente usar o nome e o sangue das vítimas na suja disputa por votos. Enquanto continuam a fazer promessas, espalham o medo, boatos e incentivam a repressão contra a justa luta das vítimas.
Por tudo isso, cansamos de esperar e retomamos a fazenda apesar de todas as dificuldades, ameaças e perseguições. E uma vez mais, reafirmamos que nós, vítimas de Santa Elina e demais camponeses que desde o dia 25 de julho estamos acampados nessa fazenda estamos dispostos a resistir a qualquer tentativa de despejo.
Essa terra é nossa, está regada com o nosso sangue e o de nossos familiares. Retomamos essa terra e dela não vamos mais sair, aqui vamos cortar os lotes, distribuir para as vítimas de Santa Elina e demais famílias de camponeses pobres. Nessa terra vamos trabalhar, viver com dignidade e construir um novo futuro para nossos filhos.
Conclamamos a todos camponeses, trabalhadores em geral, comerciantes, estudantes, intelectuais honestos, pessoas e movimentos democráticos em todo o país, para defender e apoiar honestamente as famílias acampadas na Fazenda Santa Elina contra qualquer tentativa de repressão.
Pelo corte imediato da fazenda Santa Elina!
O povo quer terra, e não repressão!
CODEVISE – Comitê de Defesa das Vítimas de Santa Elina
LCP – Liga dos Camponeses Pobres de Rondônia e Amazônia Ocidental