No dia 22 de julho de 2010, na porta da estação de metrô Stokwell, sul de Londres, familiares, amigos e membros da Campanha “Justice 4 Jean” (Justiça para Jean, em português) prestaram uma homenagem ao brasileiro Jean Charles de Menezes, assassinado pela SO19, unidade armada da Scotland Yard, há exatos cinco anos.
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Jean Charles: após cinco anos de seu assassinato “não há justiça, não há paz!”
22/07/2010
No dia 22 de julho de 2010, na porta da estação de metrô Stokwell, sul de Londres, familiares, amigos e membros da Campanha “Justice 4 Jean” (Justiça para Jean, em português) prestaram uma homenagem ao brasileiro Jean Charles de Menezes, assassinado pela SO19, unidade armada da Scotland Yard, há exatos cinco anos.
Jean foi morto, covardemente, com oito tiros disparados à queima-roupa, quando estava dentro de um vagão de trem, na estação de Stokwell, a caminho do seu trabalho. Ele tinha apenas 27 anos de idade. E teria sido então confundido com um suposto terrorista etíope. Sem qualquer justificativa, ele foi assassinado, friamente, naquela que ficou conhecida como uma das mais absurdas operações da polícia britânica.
Na época, autoridades policiais tentaram justificar seu erro fatal dizendo que o acidente havia ocorrido porque o brasileiro se recusara a obedecer às ordens de parar, dadas pelos policiais; o que foi totalmente desmentido no decorrer das investigações.
Apesar da barbaridade cometida, cinco anos depois, nenhum policial foi afastado nem punido pela morte do jovem trabalhador brasileiro, que foi para a Inglaterra em busca de uma vida melhor, como ainda fazem milhares de migrantes.
Ao contrário, a responsável pela operação policial que matou Jean Charles em 2005, a subcomissária Cressida Dick foi promovida e condecorada pelos serviços prestados. Mais uma vez, o Estado protege os que estão a seu serviço. E a polícia, no caso inglesa, agiu mais uma vez acima das leis que diz defender.
As diversas pessoas presentes à simples e emocionante cerimônia realizada na manhã do dia 22 de julho colocaram flores e velas acesas no memorial permanente em homenagem a Jean Charles, inaugurado em janeiro último, na entrada da estação de Stokwell.
Patrícia Armani, prima de Jean expressou o sentimento da família ao dizer que “a nossa posição é de que ficou a saudade e a falta que ele faz, mas também o sentimento de que não foi feita justiça; a justiça que realmente precisava ser feita”. Vivian Menezes, outra prima, ressaltou que a família nunca vai esquecer o que aconteceu e que continua querendo a justiça.
Poemas e cartões com palavras de saudade e de indiganção diante do assassinato de Jean Charles também foram deixados no local. Um deles dizia: “Nós nunca esqueceremos a injustiça de sua morte! Não há justiça, não há paz!”
O Cebraspo se solidariza com os familiares de Jean Charles de Menezes, passados 5 anos de seu brutal assassinato! E repudia a impunidade dos policiais ingleses, que seguem cometendo crimes semelhantes, como aconteceu com o inglês Ian Tomlinson, durante os protestos contra a reunião do G20 em Londres, no dia 1º de abril de 2009. Do mesmo modo que aconteceu no caso do brasileiro Jean Charles, neste caso, nenhum policial será punido, de acordo com notícia divulgada extamente nesta data.
Centro Brasileiro de Solidariedade aos Povos
22 de julho, 2010