ABRAPO repudia agressões da Guarda Municipal de Goiânia a professores

A Abrapo (Asssociação Brasileira dos Advogados do Povo), organização de advogados comprometidos com as lutas populares no Brasil e associada à Associação Internacional dos Advogados do Povo (IAPL), condena as agressões e prisões praticadas pela Guarda Municipal de Goiânia, Estado de Goiás, a mando do Prefeito Paulo Garcia (PT).

Conforme apontaram as testemunhas, no último sábado, 19 de julho, os professores da rede pública municipal, em greve desde o dia 20 de maio, compareceram a um comício do Prefeito Paulo Garcia (PT), no bairro Novo Horizonte, em manifestação pacífica, com a intenção de entregar panfletos e sensibilizar a população. Assim que chegaram ao local, os professores levaram cotoveladas e socos de agentes à paisana, a serviço da prefeitura, para que fossem embora, e logo em seguida os guardas municipais, em número absolutamente superior ao de professores, os golpearam e derrubaram vários no chão, passando a desferir chutes e pisadas em suas cabeças, e agredir com ainda mais força as mulheres professoras que tentavam impedir as agressões.

Depois de agredir e arrastar os professores pela rua, 4 deles (incluindo uma professora que foi gravemente ofendida pelos guardas) foram brutalmente algemados e lançados em minúsculos porta-malas de carros Uno, com lesões em várias partes do corpo.

O Prefeito Paulo Garcia (PT) estava a cerca de 10 metros de distância e assistiu a todas as agressões sem tomar qualquer atitude; além de, na prática incentiva a atuação dos guardas municipais, tornou-se cúmplice das graves violações aos direitos do povo.

Outro fato gravíssimo foi a atuação criminosa do auxiliar do prefeito, André Macalé, diretor de fiscalização da Agência Municipal de Meio Ambiente (AMMA), que, além de incentivar as agressões dos guardas municipais, tomou e destruiu a câmera filmadora de um professor, fato amplamente testemunhado.

Após chegarem à delegacia, os professores “detidos” ainda ficaram cerca de uma hora com algemas brutalmente apertadas e braços torcidos, o que lhes aumentou as lesões, chegando a causar a perda de sensibilidade prolongada em partes de suas mãos. Os professores em greve se dirigiram massivamente à delegacia e protestaram a todo momento, o que dificultou que os professores “detidos” sofressem novas agressões e expôs a toda a população o absurdo praticado pelos guardas municipais a mando da prefeitura.

A Abrapo denuncia o fato de que tenha sido registrada queixa contra as próprias vítimas, o que expõe a natureza do velho Estado que, além de agredir e prender, trata as vítimas como agressores, criminalizando as lutas populares.

A Abrapo não medirá esforços para que os responsáveis pela agressão aos professores, em todos os níveis, sejam punidos, e exigirá a reparação dos danos sofridos.

A Abrapo sustenta a justeza das reivindicações do movimento grevista e exige seu cumprimento, destacando: cumprimento da data base; piso de R$ 1312,84 para professores com magistério; plano de carreira de administrativos e agentes educativos; reposição salarial para todas as categorias.#

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