Dois manifestantes foram presos nas manifestações do dia 03 de junho, no Paraná, contra o projeto de privatização e desmonte da educação pública estadual. Os professores, alunos, técnicos e demais profissionais da rede de ensino marcharam da Praça Santo Andrade, em Curitiba, até a Assembleia Legislativa do Paraná (ALEP), onde ocorreria a votação e aprovação do projeto do governador Ratinho Jr. na noite do mesmo dia. Os manifestantes adentraram a ALEP para interromper a sessão, e foram recebidos com agressões e bombas de gás, que se desenvolveram até o início das detenções.
O Presidente da Assembleia, Ademar Trajano, afirmou que serão implementadas “medidas jurídicas contra os invasores e estes serão representados pelos atos antidemocráticos. Que a justiça estabeleça o mesmo rigor do 8 de janeiro”. Ou seja, mais uma vez, comparam-se atos pró-ditadura e contra as garantias constitucionais mais elementares, com atos que as reivindicam, na forma de uma manifestação pública de defesa da educação, por profissionais que nela atuam! Pior, consideram “antidemocrático” um ato em defesa do ensino público, gratuito e de qualidade! Antidemocrático é impedir o acesso do povo ao plenário das votações que afetam e prejudicam diretamente a sua vida. Antidemocrático é agredir, intimidar e prender quem atua na justa luta pelos direitos do povo. A Associação Brasileira de Advogados do Povo está reunindo novas informações para averiguar os crimes que estão sendo imputados aos manifestantes, mas reafirmamos, contundentemente, que lutar não é crime!